GOIÂNIA: 21 ANOS DO MAIOR DESASTRE NUCLEAR DO BRASIL
As primeiras vítimas foram enterrada em urnas de 700 quilos de chumbo devido ao nível de radiação dos corpos.
O Brasil já teve um acidente nuclear de grandes proporções, mas ele não ocorreu em função de desastre em uma usina de grande porte, como ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia. A Chernobyl brasileira é a cidade de Goiânia, onde várias pessoas foram contaminadas pelo Césio-137.
A história começou quando um aparelho utilizado em radioterapias foi depositado em um prédio abandonado do Instituto de Radioterapia de Goiânia. No dia 10 de Setembro de 1987, três catadores de ferro-velho de Goiânia – Kardec Sebastião dos Santos, Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alves – invadiram o local abandonado e retiraram o equipamento. Depois o transportaram para as casas de Roberto e Wagner na Rua 57, no centro de Goiânia. Na desmontagem, a cápsula de césio foi perfurada. Em seguida, o equipamento foi vendido para um ferro velho de propriedade de Devair Ferreira. No local, completou-se o desmanche da peça e o césio foi dispersado. Tragicamente, foi liberado um pozinho azul que brilhava no escuro, frente ao qual o dono do ferro velho se encantou. Devair levou o pó para casa, mostrou-o a parentes. Seu irmão, Ivo Ferreira, colocou um pouco de césio no bolso e em casa deu-o de presente à filha Leide das Neves Ferreira, a primeira vítima fatal do acidente, que chegou a ingeri-lo junto com sua refeição. A segunda foi sua tia, esposa de Devair, Maria Gabriela das Graças Ferreira. Devair havia feito um anel para a companheira, adornado com o Césio-137.
A beleza do pó e a ignorância sobre o perigo que ele representava fez com que muita gente se contaminasse rapidamente. Parentes e vizinhos foram às primeiras vítimas.
Os problemas de saúde que passaram a acometer as pessoas que tiveram contato com o césio levaram Maria Gabriela das Graças a desconfiar do material. Ela levou uma amostra para a Vigilância Sanitária.
Os doentes vinham sendo tratados como vítimas de problemas gastrointestinais comuns. Finalmente as ocorrências foram atribuídas ao césio e classificadas como contaminação por radiação. Por pouco o material não foi jogado em um rio próximo a cidade. Depois disso, a Rua 57 foi interditada. Centenas de moradores passaram por uma triagem em estádio da cidade. Mais de cem foram contaminadas. Os pacientes em estado grave foram removidos para o Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Mas entre os dias 23 e 28 de outubro, foram registradas as quatros primeiras mortes pela contaminação por Césio-137. Posteriormente, outras 60 vieram a falecer em decorrência da contaminação. As casas, todos os pertences e animais foram destruídos, mais os restos foram colocados em um aterro a céu aberto. Somente depois, o local foi aterrado. As primeiras vítimas foram enterradas sem urnas de 700 quilos de chumbo devido ao nível de radiação dos corpos.
Apesar de tudo isso, as autoridades mandaram para descontaminar a Rua 57 e o ferro velho, bombeiros e policiais sem equipamentos adequados e sem qualquer orientação. Atualmente, 397 pessoas recebem pensão vitalícia do governo de Goiânia. Destes, 199 foram beneficiadas recentemente por decreto do governo de local que atingiu somente servidores públicos. Mas cerca de outras 860 continuam lutando para serem reconhecidas como vítima da tragédia.
As primeiras vítimas foram enterrada em urnas de 700 quilos de chumbo devido ao nível de radiação dos corpos.
O Brasil já teve um acidente nuclear de grandes proporções, mas ele não ocorreu em função de desastre em uma usina de grande porte, como ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia. A Chernobyl brasileira é a cidade de Goiânia, onde várias pessoas foram contaminadas pelo Césio-137.
A história começou quando um aparelho utilizado em radioterapias foi depositado em um prédio abandonado do Instituto de Radioterapia de Goiânia. No dia 10 de Setembro de 1987, três catadores de ferro-velho de Goiânia – Kardec Sebastião dos Santos, Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alves – invadiram o local abandonado e retiraram o equipamento. Depois o transportaram para as casas de Roberto e Wagner na Rua 57, no centro de Goiânia. Na desmontagem, a cápsula de césio foi perfurada. Em seguida, o equipamento foi vendido para um ferro velho de propriedade de Devair Ferreira. No local, completou-se o desmanche da peça e o césio foi dispersado. Tragicamente, foi liberado um pozinho azul que brilhava no escuro, frente ao qual o dono do ferro velho se encantou. Devair levou o pó para casa, mostrou-o a parentes. Seu irmão, Ivo Ferreira, colocou um pouco de césio no bolso e em casa deu-o de presente à filha Leide das Neves Ferreira, a primeira vítima fatal do acidente, que chegou a ingeri-lo junto com sua refeição. A segunda foi sua tia, esposa de Devair, Maria Gabriela das Graças Ferreira. Devair havia feito um anel para a companheira, adornado com o Césio-137.
A beleza do pó e a ignorância sobre o perigo que ele representava fez com que muita gente se contaminasse rapidamente. Parentes e vizinhos foram às primeiras vítimas.
Os problemas de saúde que passaram a acometer as pessoas que tiveram contato com o césio levaram Maria Gabriela das Graças a desconfiar do material. Ela levou uma amostra para a Vigilância Sanitária.
Os doentes vinham sendo tratados como vítimas de problemas gastrointestinais comuns. Finalmente as ocorrências foram atribuídas ao césio e classificadas como contaminação por radiação. Por pouco o material não foi jogado em um rio próximo a cidade. Depois disso, a Rua 57 foi interditada. Centenas de moradores passaram por uma triagem em estádio da cidade. Mais de cem foram contaminadas. Os pacientes em estado grave foram removidos para o Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Mas entre os dias 23 e 28 de outubro, foram registradas as quatros primeiras mortes pela contaminação por Césio-137. Posteriormente, outras 60 vieram a falecer em decorrência da contaminação. As casas, todos os pertences e animais foram destruídos, mais os restos foram colocados em um aterro a céu aberto. Somente depois, o local foi aterrado. As primeiras vítimas foram enterradas sem urnas de 700 quilos de chumbo devido ao nível de radiação dos corpos.
Apesar de tudo isso, as autoridades mandaram para descontaminar a Rua 57 e o ferro velho, bombeiros e policiais sem equipamentos adequados e sem qualquer orientação. Atualmente, 397 pessoas recebem pensão vitalícia do governo de Goiânia. Destes, 199 foram beneficiadas recentemente por decreto do governo de local que atingiu somente servidores públicos. Mas cerca de outras 860 continuam lutando para serem reconhecidas como vítima da tragédia.
O caso pode ser caracterizado como acidente com lixo hospitalar, pois foi causado por equipamento de uso em serviços de saúde, erroneamente depositado sem os devidos cuidados em local inadequado e sem vigilância. É um exemplo do que pode ocorrer pelo descaso e irresponsabilidade daqueles que devem zelar pela saúde pública.
Um comentário:
Seria bom sabermos que tipo de lixo esta sendo armazenado, se emite só partícula alfa o que parece que e, pois usam tambores para colocar o material contaminado, ser for beta ou gama estaríamos correndo maiores perigos, mas a bem da verdade às vezes estamos ao lado de firmas com fontes irradiadas como irídio e não percebemos.Estudei com o professor Darcy que atuou no acidente de Goiânia e o pouco que explicou ajudou a diminuir o medo das usinas tendo sim e que manter a vigilância redobrada e cobrar soluções para um bom armazenamento o césio 237 que foi irradiado perde sua força a cada 30 anos, mas o urânio mais de mil anos.
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